Preto no Branco… Mula Fértil!

Vim num cargueiro,

sem saber que o cargueiro era eu

Caí no desespero,

quando o primeiro ensinamento me bateu

 

Uma, duas, três

A partir daí, desmaiei

Ao acordar,

vi que na verdade eram mais de Seis… vezes seis!

 

Eu pensava e muito

E do muito eu muito sabia

Até o nome da terra eu sabia que era Bahia

Só que meu muito, aqui,

nada valia

 

E o que valia

era o valor de minha mais-valia,

que em nada valia

Quer avaliar… avalia

 

Às vezes,

eu dava uma de fugitivo,

e isso era a minha tormenta

Pois eu me tornara mais cativo,

preso às minhas vestimentas… Sangrentas!

 

Cativo…

Cativo de tudo eu não sei

Só sei que a mulher do Barão

Ah! Aquela sinhaninha eu sei que eu cativei

 

E não é que um dia a danada estava fértil!

Logo eu comecei a de tudo me privar,

privar até de pensar

Com receio de a minha fisionomia

algo deixar passar

 

Mas o que passava era o tempo,

e eu me consumia feito uma sola de sapato

Até que ao início de um belo dia

ouvi aos berros um choro de um lindo mulato

 

E na senzala eu pulava,

feito pipoca no forno

Soltando um grito estridente, falei…

“Tu viu”, corno!

 

 

 

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