Poesia, Poesia…
Com o teu encantamento,
tu invades o meu recinto
Depois disso, juro,
não minto,
que não sou mais dono de mim
Somente sinto…
É como se algo penetrasse
em meu peito
espalhando o teu sortilégio
por toda minh’alma
E tu Poesia, doravante,
passas a habitar a essência de meu ser
E esta situação insólita
causa-me estranhamento
Sinto-me o teu escravo,
perdendo eu, com isso, o controle sobre mim
Agora,
eu pertenço a ti, bela Poesia
Só que tu queres me libertar,
mesmo sabendo que eu jamais poderei ser livre
Imploro-te!
Poesia, muda tu o desfecho desta história, deixa tu eu preso
ao feitiço que me transformara nesta dócil fera
Fazendo isto, eu te prometo, Poesia, que,
toda madrugada,
levantar-me-ei de meu aconchegante leito,
e personificar-te-ei,
por meio de suntuosas palavras
Belo poeta.