Noite

Quão sombria é a noite,

muitos segredos ela desvela

Basta findar o crepúsculo,

que a mesma se revela

 

Desde mui pequenina

a criança tem medo dela

O poeta, ao contrário,

a tem como bela

 

Seja quente ou ventilada,

abafada ou ela fria,

a fama da polêmica noite

será sempre sombria

 

Quando a noite vai embora,

a aurora logo vem

O medo logo passa

e eu me sinto mui bem

 

Mas a noite muito serve,

muitos ensinamentos ela nos dá

Proporciona-nos o espaço,

e resposta a muitas de nossas indagações nos revelará

 

 

Mãe Maiúscula

O racismo está sempre em discussão,

o não é nada mal

Enquanto isso, fazemos da África nosso quintal,

criatório de animal

 

O negro lá ainda existe

De fome, boa parte não resiste

Uma outra, muito persiste

E, num olhar demasiado triste,

pede-nos salvação

 

E com esse pedido nos sentimos deuses

E, com o poder nas mãos,

damos a sentença a esta primária nação

Morra, então!

Pois, já que sou um deus,

posso ser cão

Cão de destruição!

Genocida, meu irmão!

 

E na fertilidade desta terra

negro após negro germina

Nenhuma força endeusada,

contrária, cruel, o extermina

Pois minha raiz está fincada em tu

Terra Mãe, menina!

 

Contraceptivos biológicos

lançaram contra ti,

mas resisti

Eu nasci, não morri

Estou aqui

Genérica Mãe, Mãe de todos