Supressão

Prefiro as críticas, as injúrias, as difamações,

elas costumam ser demasiado sinceras,

se não são,

quem as proferiu o é,

a ser rodeado de alguns medíocres e falaciosos elogios,

cuja hipocrisia, indiscretamente,

encontra-se estampada no semblante

desse sujeito falante

 

Prefiro a solidão,

isto, sim, é o que na maioria das vezes me nutre,

a fazer parte da carnificina que a todo dia é gerada

do ventre dessa humanidade abutre

 

Prefiro a angústia crônica

à admiração irônica

 

Não prefiro, mas o que resta a mim é a supressão

Pseudofruto

Jabuticabeira, tu és o mais belo dos arbustos mas, para evitar conflito com os outros frutos, de jabuticaba eu irei te chamar   Jabuticaba, a minha divina astuta diz que tu és a mais bela fruta existente em meu pomar   Jabuticaba, o que minha intuição percebe, é que o teu olhar concebe a origem de meu admirar   Jabuticaba, dizem que o poeta finge Sendo assim, eu conservo a esfinge, e digo que não quero de ti provar   Jabuticaba, toda vez que tu me deixas, as folhas de tuas multicoloridas madeixas balançam e balançam-me ao teu caminhar   Jabuticaba, de jambo são os teus tenros lábios e, em teus conceitos sábios, sabes que é de ti que eu estou a falar   Jabuticabas, para não gerar carola mais, o recinto em que vós morais é o lar que pretendo e que hei de habitar   E, para que não duvideis de quais jabuticabas eu falo, quero deixar bem claro que vós estais agora em claro, olhando para este simplório modo de eu me manifestar