Eu quero ultrapassar o ápice
desse simplório prazer
Que me limita a não ser o que sou
e me coloca em posição humana
E meu enorme desejo
é transcender esse final desejo chamado clímax
A cuja efemeridade vem em forma de esmola
ao pobre sujeito que o chamam de eu
Quero a loucura de um gozo eterno
capaz de me abstrair desse limite
Que consiste em me prender
nessa acidental capa subjetiva
mascarada de míseros adjetivos
Quero preferir deixar de querer
meros quereres infundantes
E ainda à angústia em meus onze por cento
já ter transgredido justamente aquela coisa
que mui apraz os razoáveis mortais
De codinome “Existência”